Até agora a crise do subprime tem sido mais ou menos contida. Fora o sector financeiro que ficou com os prejuízos, e as imobiliárias e as construtoras que viram os seus negócios baixar significativamente não houve verdadeiras vítimas e mesmo os bancos estão a conseguir manter a cabeça à tona da água devido à ajuda dos governos. A pergunta que se põe agora é: Será que a coisa está contida ou a crise vai alastrar?
Muito do crescimento da bolsa dos últimos anos foi devido à acção dos Equitiy é pois importante em altura de crise olhar para estes fundos pois a descida do mercado pode ser amplificada por problemas neste sector.
Os Equity pelo facto de terem menos necessidade de comunicar com o mercado conseguem manter as más notícias escondidas durante mais tempo, mas não as conseguem esconder para sempre. A minha opinião é que as más noticias vão acabar por vir à tona e isso vai despoletar uma nova fase na crise. Os $200bn de divida das LBO que os bancos ainda não conseguiram vender mostra bem que nos próximos tempos não vão conseguir emprestar dinheiro para este sector e neste momento os retornos não são suficientemente atractivos para que o dinheiro que necessitam venha de outro lado (leia-se Sovereign Funds) a custo razoável.
É evidente para todos que a crise nos mercados de dívida complicou muito a vida aos Equity. Não só os impediu de seguir a sua estratégia tradicional de comprar empresas usando uma pequena porção de equity e um monte de dívida como também lhes dificulta a renovação da divida contraída, as força a pagar mais pela divida que conseguiram renovar e as impede de vender com lucro as empresas que têm em carteira. É evidente que alguns vão ser forçados a curto prazo a vender com prejuízo e não se podem dar ao luxo de esperar muito mais. Os investidores já estão a sentir na pele que os cheques dos fundos têm tardado a chegar e nos próximos tempos deverão começar a receber os relatórios do ano passado onde os gestores os vão começar a preparar para os tempos negros que se avizinham. Aliás basta ler o tom da carta da Cerebrus aos investidores do passado dia 22 de Janeiro para adivinhar o que vem aí.
O verdadeiro problema vai acontecer se estes fundos forem fundos forem forçados a vender ao desbarato as empresas que têm em carteira, ainda por cima num cenário de recessão. Isso poderá provocar uma descida acentuada dos múltiplos a que se transaccionam as empresas e arrastar ainda o sector da Comercial Property que se têm mantido relativamente a salvo. O efeito na bolsa nesse caso não se fará esperar: uma descida acentuada.
Por todas essas razões a minha conclusão é que apesar de todas as descidas a bolsa ainda não está barata e que mais vale perder um ou dois negócios tentadores até que se perceba bem o verdadeiro estado do mercado.
Só para aperitivo amargo aqui fica uma lista de 7 vitimas de private equity buyouts retirada do WSJ que pediram protecção de falência no ultimo mês. Significativamente apenas uma delas (PRC) foi comprada entre 2006 e 2007 aos múltiplos estupidamente caros usados na altura mas deverá apenas ser uma questão de tempo para que a lista engrosse significativamente.
Meet Seven Private-Equity Buyout Victims
• Sirva Inc., a moving company bought by Clayton Dubilier & Rice Inc. in 1999 by combining two companies CD&R owned, in a deal worth $450 million;
Muito do crescimento da bolsa dos últimos anos foi devido à acção dos Equitiy é pois importante em altura de crise olhar para estes fundos pois a descida do mercado pode ser amplificada por problemas neste sector.
Os Equity pelo facto de terem menos necessidade de comunicar com o mercado conseguem manter as más notícias escondidas durante mais tempo, mas não as conseguem esconder para sempre. A minha opinião é que as más noticias vão acabar por vir à tona e isso vai despoletar uma nova fase na crise. Os $200bn de divida das LBO que os bancos ainda não conseguiram vender mostra bem que nos próximos tempos não vão conseguir emprestar dinheiro para este sector e neste momento os retornos não são suficientemente atractivos para que o dinheiro que necessitam venha de outro lado (leia-se Sovereign Funds) a custo razoável.
É evidente para todos que a crise nos mercados de dívida complicou muito a vida aos Equity. Não só os impediu de seguir a sua estratégia tradicional de comprar empresas usando uma pequena porção de equity e um monte de dívida como também lhes dificulta a renovação da divida contraída, as força a pagar mais pela divida que conseguiram renovar e as impede de vender com lucro as empresas que têm em carteira. É evidente que alguns vão ser forçados a curto prazo a vender com prejuízo e não se podem dar ao luxo de esperar muito mais. Os investidores já estão a sentir na pele que os cheques dos fundos têm tardado a chegar e nos próximos tempos deverão começar a receber os relatórios do ano passado onde os gestores os vão começar a preparar para os tempos negros que se avizinham. Aliás basta ler o tom da carta da Cerebrus aos investidores do passado dia 22 de Janeiro para adivinhar o que vem aí.
O verdadeiro problema vai acontecer se estes fundos forem fundos forem forçados a vender ao desbarato as empresas que têm em carteira, ainda por cima num cenário de recessão. Isso poderá provocar uma descida acentuada dos múltiplos a que se transaccionam as empresas e arrastar ainda o sector da Comercial Property que se têm mantido relativamente a salvo. O efeito na bolsa nesse caso não se fará esperar: uma descida acentuada.
Por todas essas razões a minha conclusão é que apesar de todas as descidas a bolsa ainda não está barata e que mais vale perder um ou dois negócios tentadores até que se perceba bem o verdadeiro estado do mercado.
Só para aperitivo amargo aqui fica uma lista de 7 vitimas de private equity buyouts retirada do WSJ que pediram protecção de falência no ultimo mês. Significativamente apenas uma delas (PRC) foi comprada entre 2006 e 2007 aos múltiplos estupidamente caros usados na altura mas deverá apenas ser uma questão de tempo para que a lista engrosse significativamente.
Meet Seven Private-Equity Buyout Victims
• Sirva Inc., a moving company bought by Clayton Dubilier & Rice Inc. in 1999 by combining two companies CD&R owned, in a deal worth $450 million;
• Wickes Furniture, furniture retailer bought by Sun Capital Partners and furniture vendor Rooms to Go in 2002 for an undisclosed price. Sun Capital bought out the interest of Rooms to Go in 2004 for an unknown sum;
• Blue Water Automotive Systems, car parts provider bought by KPS Capital in 2005 for an undisclosed price;• PRC Inc., a call-center operator bought by Diamond Castle Holdings in 2006 for $286.5 million;
• Buffets Holdings, a restaurant operator bought by CI Capital in 2000, for $643 million;
• Heartland Industries, lubricant distributor bought by Quad-C Management in 2002 for an undisclosed price and a total equity investment of $39 million;
• Propex Inc., a maker of carpet backing bought by Sterling Group, Laminar Direct Capital and Genstar Capital in 2004 for $340 million
http://blogs.wsj.com/deals/2008/02/15/meet-seven-private-equity-buyout-victims/
http://blogs.wsj.com/deals/2008/02/15/meet-seven-private-equity-buyout-victims/
1 comment:
Parece que tinhas razão, como a queda do Carlyle Capital está a mostrar. Resta saber se vêm aí mais vítimas ou não.
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